Depois de ser preso no sábado, o general Walter Braga Netto decidiu trocar a banca de advogados para atuar em sua defesa no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado.
A família dele contratou o criminalista José Luis Oliveira Lima, um dos mais renomados do país, que atuou na defesa do petista José Dirceu no caso do mensalão. Antes, o general era representado pelo advogado Luís Henrique César Prata.
Hoje, Lima já entrou com uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando "amplo acesso" aos autos do processo, incluindo mídias e documentos acautelados. O caso é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Segundo a colunista Bela Megale, do jornal "O Globo", a escolha teve influência direta do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A avaliação do grupo é que o antigo defensor não tinha a “estatura” necessária para lidar com o caso e fez o recado chegar à família do militar.
Braga Netto foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022. Ao pedir a prisão do general, a Polícia Federal (PF) apontou que ele tentou obstruir as investigações. Também alegou que o papel dele na trama golpista ficou mais claro após novos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens da Presidência.
Segundo a investigação, foi na casa de Braga Netto que se realizou uma reunião para discutir a operação "Punhal Verde Amarelo", que teria como objetivo assassinar autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Moraes. O general também teria entregado dinheiro, em uma sacola de vinho, para militares do grupo "kids prestos", que executariam o plano.