O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, rebateu as críticas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e disse que não há “imunidade absoluta” para parlamentares que usam a tribuna para cometerem crimes.
Lira criticou o trabalho da PF após dois deputados serem indiciados por discursos em que atacaram o delegado da corporação Fábio Schor, responsável por inquéritos que miram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Não há direito absoluto. Não há essa imunidade absoluta que alguns querem para cometer crimes. Tenho profundo respeito ao Parlamento, mas precisamos separar claramente aquilo que é liberdade de expressão, o que é prerrogativa do parlamentar, do cometimento de crime”, defendeu Rodrigues.
Segundo o diretor-geral, não é “razoável” um deputado subir à tribuna da Câmara e anunciar venda de cocaína ou de uma criança, e o mesmo vale para quando se ataca a honra de uma pessoa. “É crime igual”, apontou.
Na semana passada, Lira acusou a PF de tentar “restringir nossa liberdade de expressão legislativa”. “Esta Casa tomará todas as medidas garantidas pela Constituição e pela lei para defender as prerrogativas parlamentares, notadamente dentro do próprio Parlamento. Que fique claro: nossa voz é a voz do povo, e ela não será silenciada”, disse.
Foram indiciados pela PF os deputados Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Cabo Gilberto (PL-PB). O primeiro acusou Schor de fraudar investigações, disse que ele "abusador de autoridade" e que estava agindo como “bandido". Já o parlamentar do PL chamou o delegado de “putinha” e “cadelinha” do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).