Página inicial  >Qual o segredo do judô para ser o esporte do Brasil com mais medalhas na história das Olimpíadas?
Qual o segredo do judô para ser o esporte do Brasil com mais medalhas na história das Olimpíadas?

Qual o segredo do judô para ser o esporte do Brasil com mais medalhas na história das Olimpíadas?

Qual o segredo do judô para ser o esporte do Brasil com mais medalhas na história das Olimpíadas?

Mas, afinal, qual é o segredo do judô? Por que ele consegue tantas medalhas e por tanto tempo?

A resposta passa por muitos fatores. Mas o principal é a estrutura que o esporte conseguiu construir nos últimos anos.

Ainda há espaços para melhorar ainda mais, é claro, mas o judô é uma das modalidades que tem raízes em mais lugares do Brasil. São pelo menos quatro estados com grandes clubes formadores: Rio de Janeiro (Instituto Reação, Flamengo, Tijuca), São Paulo (Pinheiros, SESI, Paineiras), Rio Grande do Sul (Sogipa, Grêmio Náutico União) e Minas Gerais (Minas Tênis Clube). E esses são apenas os principais. Há outros clubes nesses locais e também bons clubes em outros estados.

Pode parecer pouco, já que o Brasil é um país de 26 estados (além do Distrito Federal). Mas já é bem mais que a grande maioria das modalidades.

Esses clubes também trabalham com uma boa parceria com a Confederação Brasileira de Judô (CBJ). Sentam juntos para pensar a programação dos judocas. Há um pouco menos de vaidade do que as vezes encontramos em outros lugares, com os clubes querem “tomar mais conta” de seus atletas.

“A seleção brasileira de Judô está em cinco estados e seis clubes. O judô é massificado, o judô no Brasil é descentralizado, é popular. É este o segredo”, crava Kiko Pereira, técnico da seleção brasileira de judô.

Para ser bem exato, a seleção que veio a Paris tem atletas de Flamengo-RJ (Rafaela Silva), Minas Tênis-MG (Guilherme Schimidt), SESI-SP (Michel Augusto), Sociedade Morgenau-PR (Natasha Ferreira), Pinheiros-SP (Rafael Silva, Beatriz Souza, Larissa Pimenta e Willian Lima) e Sogipa-RS (Ketleyn Quadros, Daniel Cargnin, Mayra Aguiar, Leonardo Gonçalves e Rafael Macedo).

Outro grande segredo é que o conhecimento no judô é passado de geração para geração. Só para ficar em alguns exemplos: Sarah Meneses (campeã olímpica em 2012), Leandro Guilheiro (2x medalhista de bronze em Olimpíadas) e Maria Suelen Altheman (3x medalhista em Mundiais) são técnicos no Pinheiros. Flávio Canto (bronze em Atenas 2004) toca o projeto do Instituto Reação. João Derly (bicampeão mundial) voltou agora como treinador do Sogipa. Luciano Corrêa (campeão mundial em 2007) está no Minas Tênis Clube.

“É muito importante, esses ex-atletas são grandes campeões. Esta experiência, esta somatória de fatores faz com que o judô brasileiro venha aqui e consiga conquistar várias medalhas”, diz Kiko.

São eles que são responsáveis pela renovação da seleção brasileira. É claro que o país tem alguns gaps em algumas categorias às vezes. Mas compensa em outras. Em Paris, por exemplo, o Brasil ganhou medalhas com atletas de 24, 25 e 26 anos de idade.

Isso tudo faz com que o judô ganhe medalhas em Olimpíadas há 40 anos sem parar. O Brasil tinha apenas uma medalha na modalidade, um bronze com Chiaki Ishii em 1972. Desde Los Angeles 1984, porém, não deixa mais de subir ao pódio.

Agora já são 28 medalhas na história: cinco ouros, quatro pratas e 19 bronzes.