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Trump exige fim do teto da dívida para evitar a paralisação do governo

Trump exige fim do teto da dívida para evitar a paralisação do governo

Trump exige fim do teto da dívida para evitar a paralisação do governo

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ainda está a um mês de tomar posse, mas já está abalando Washington, ao acabar com o plano do presidente da Câmara dos Deputados, Mike Johnson, de evitar um fechamento do governo antes dos feriados e pressionar os republicanos para que resolvam a questão do teto de endividamento antes de que ele assuma o cargo.

Com menos de dois dias até o fechamento das agências federais, os republicanos da Câmara se reuniram nesta quinta-feira (19) com Johnson para formular um plano B que atendesse as demandas de Trump e de seu agitador-mor, Elon Musk.

Uma primeira tentativa de acordo foi rejeitada na anoite desta quinta-feira (19) por 235 contra e 174 a favor — com 38 republicanos e 197 democratas votando não. A votação sugere que um acordo para evitar o fechamento do governo está mais distante. Mesmo assim, Johnson tentava negociar outra votação.

O acordo rejeitado estenderia o financiamento federal para até 14 de março. Trump tinha elogiado o pacote rejeitado como um “acordo muito bom para o povo americano”, que incluía ajuda para vítimas de desastres e fazendeiros dos EUA.

“Se não conseguirmos isso, teremos um fechamento, mas será um fechamento do governo de Joe Biden”, disse Trump à ABC News, antes da votação. Ele acrescentou que fechamentos só prejudicam o presidente que está no cargo.

As discussões sobre gastos governamentais nos bastidores no Capitólio transbordaram e se transformaram em um confronto aberto no X na quarta-feira, em que Musk, o dono da plataforma de rede social, condenou o acordo negociado por Johnson para garantir que a alocação de recursos siga pelo ano que vem.

A situação dramática levou Johnson a reunir-se com aliados no Capitólio para preparar um novo plano para manter o governo financiado e evitar o sofrimento político de um fechamento antes de que acabe o prazo de financiamento, na sexta-feira à noite.

A fragilidade da posição de Johnson ficou ainda mais evidente ontem de manhã, quando Trump disse à Fox News que o republicano poderia “facilmente continuar como presidente da Câmara” — se “agir de forma decisiva e firme” para eliminar as “armadilhas” colocadas pelos democratas. Alguns republicanos, como o senador Mike Lee, chegaram a sugerir a ideia de que o próprio Musk assuma o comando na nova legislatura. As regras do Congresso não exigem que o presidente da Câmara seja um deputado eleito, embora esse sempre tenha sido o caso ao longo de toda a história dos EUA.

Na quarta-feira, Johnson contou à Fox News que tinha discutido o pacote com Musk e outro aliado de Trump, Vivek Ramaswamy, em uma troca de mensagens de texto, e indicou que nenhum deles gostou dos gastos na medida. Johnson disse que tentou transmitir a realidade da situação: ele precisava dos votos democratas.

Mas durante todo o dia Musk disparou uma enxurrada de posts no X em que exigia um fechamento se os republicanos não conseguissem chegar a um acordo que o agradasse mais.

Trump e seu vice, J.D. Vance, deram o golpe definitivo no fim da tarde, com um post conjunto em que atacavam a proposta e cobravam um novo enfoque que introduzisse a controvertida questão do aumento do teto de endividamento. Logo depois, Trump ameaçou se opor de maneira ativa à reeleição de qualquer republicano que apoiasse a legislação.

O teto de endividamento era uma questão que os parlamentares não esperavam ter de enfrentar até o ano que vem, e com certeza não estava em sua agenda de antes dos feriados. Nesta quinta-feira, Trump disse à NBC News que abolir o teto de endividamento por completo seria a “coisa mais inteligente” que os parlamentares poderiam fazer. “Eu apoio isso inteiramente”, afirmou.

O líder democrata da Câmara, Hakeem Jeffries, rejeitou a proposta feita por Trump qualificando-a como “risível”. E acrescentando que “os republicanos MAGA extremos estão nos levando à paralisação do governo”.